segunda-feira, 30 de junho de 2014

Honestidade ...


Honestidade: um valor aprendido, um valor não esquecido

A vida é, sem dúvida excelente professora, pois mostra que as convicções são quebradas sem que tenhamos tempo para entender, mas sentir com tamanha emoção que nós tornamos ínfimos no universo.
Sempre fui contra divulgar em órgãos de imprensa atitudes que considero ser obrigação de todo ser humano. Acredito que as pessoas ao conviverem vão se humanizando e suas atitudes vão se lapidando, mas o fato é que nunca é como desejamos, idealizamos, sonhamos... Porém, hoje, dois meninos me ensinaram a acreditar na honestidade, na ética, na moral, nos seres humanos.
Trabalhando em uma escola onde as situações de vida não são fáceis, lutando para mostrar para os alunos os valores nos quais acredito e que penso, e que deveriam nortear suas vidas, persistindo e insistindo no potencial de cada pequeno ser, sentindo frustrações e desanimando em alguns momentos, eis que esses meninos encontram uma carteira com uma razoável quantia em dinheiro, voltam para escola para que procuremos o dono deste objeto e nos dão uma imensa lição de vida.
Os dias de conversas e aprendizagens não foram em vão. A semente do bem, da honestidade, do se colocar no lugar do outro estão germinando entre essa garotada. Ufa! Eles continuam com o aprendizado que seus pais lhe deram e a escola, na pessoa de seus professores, está conseguindo, sim, cumprir o seu papel.
Com uma investigação no interior da carteira, foi possível encontrar o dono dos documentos e do dinheiro. Os meninos acompanhavam sem entender a felicidade dos seus professores. Talvez um dia consigam dimensionar o tamanho desta emoção.
Um telefonema e poucos minutos depois chega na escola um homem, um trabalhador que num descuido perdeu algo que lhe faria muita falta. Ele tremia. Penso que não acreditava no que estava acontecendo, pois as ideias  pessimistas, muitas vazes, são mais fortes e nos impede de acreditar na generosidade das pessoas.
Ali estava o resultado de um trabalho de formação de duas famílias e de professores...  É, de educadores!
O homem, então, emocionado perguntou a direção da escola se poderia gratificar os meninos. Sim, eles mereceram o reconhecimento daquele senhor, não  pela ação, pois entendo que isso é obrigação, é honestidade, mas porque pensaram que quem perdeu poderia ser muito prejudicado, se não encontrasse seus pertences.
Hoje, entendo a divulgação de vivências deste tipo nas mídias, como um registro de história de vida.
As pessoas vivem num mundo onde os sentimentos estão sendo esquecidos, os valores estão se perdendo, as famílias estão sem tempo e as escolas estão sofrendo para dar conta das necessidades dos jovens; e em meio a tudo isso aprende-se que é possível acreditar, que nossas crianças tem sentimentos e são capazes de superar as dificuldades.
Esse registro que faço é para compartilhar a emoção de ser educadora num mundo onde  apropriar-se de coisas alheias tornou-se fato corriqueiro, onde o ter está valendo mais que o ser; mas que apesar de tudo, o ser humano tem sentimentos valiosos. É gente, vale a pena acreditar
Esse fato aconteceu na Escola Municipal 24 de Maio, no Bairro Canabarro, loteamento 8,  em Teutônia-RS, onde trabalham profissionais que se preocupam com Os Seres Humanos.  

  
                                                           Ester de Mello – Supervisora Escolar


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